Conclusão

Além dos aspectos técnicos e administrativos discutidos acima, o modelo aqui exposto possui uma base pedagógica que sempre esteve presente como 'pano-de-fundo' desde a concepção do modelo e merece discussão neste ponto.

Acima dos critérios de qualidade de um sistema operacional, quanto a sua confiabilidade, funcionalidade ou ergonomia, o que se argumenta é quanto a qualidade pedagógica da solução aqui apresentada. Ao implementar toda uma solução baseada em Software Livre, estimula-se uma série de aspectos positivos na formação de nossos alunos.

A busca do conhecimento:

o Software Livre implica, por definição, na abertura da possibilidade de se deter todo o conhecimento embutido em uma aplicação. A tecnologia de sistemas de informação deixa de ser uma 'caixa preta' criada por uma 'sociedade superior', passando a estar ao alcance de todos.

Associação mais íntima entre teoria e prática:

em disciplinas como Bancos de Dados, Sistemas Operacionais, Construção de Compiladores, Algoritmos e Estruturas de Dados, por exemplo, a possibilidade de se aplicar a teoria, melhorando algoritmos e verificando execuções só é possível quando se tem acesso a 'como' o sistema foi desenvolvido e não simplesmente a 'o que' ele faz. Assim, procura-se formar verdadeiros profissionais capazes de ter uma visão completa de sistema, que vai da concepção ao uso de sistemas de informação, ao invés de simplesmente prepararmos 'usuários com um melhor conhecimento de informática'.

Responsabilidade profissional:

o profissional de informática familiarizado com o Software Livre adquire maior sentido de responsabilidade sobre o sistema que desenvolve. Cabe a ele identificar e diagnosticar os erros e a sua capacidade para fazê-lo repousa em seu conhecimento, auxiliando-o a posicionar-se diante das questões éticas e sociais em torno da filosofia que anima a comunidade do Software Livre.