Da pra ver a parede de azulejos brancos por baixo do vapor.
Superfície prateada intensa visível de longe. Intrumentos da música incompleta, é engraçado ela ter um ritmo encantador mas apenas meias frases impessoais. Mais engraçado ainda essa estatueta sem face que parece mas não merece querer. As vezes penso que a falta de algo está levando eu à loucura.
Eu? O que exatamente é esse eu? Não conheço nada além dessa sala, desses azulejos, desse espelho, dessa música e dessa estatueta de nome Lembrança. É legal pensar que Lembrança é quem canta a música. Música com frases encantadoras, mas meios ritmos impessoais. Como se nada pertencesse, nada se percebesse como existência, nem mesmo eu.
Eu? O que exatamente é esse eu? Não conheço nada além dessa sala, desses azulejos, desse espelho, dessas marcas de gordura e dessa sujeira terrível. Tanta coisa acumulada sem nenhum propósito, completamente impessoal. Pensar que tais marcas de gordura criam a outra prisão é assustador. Dedos trilhados demonstrando uma forma medonha. Tudo isso me assusta tanto.

Me? Eu? O que exatamente é esse eu? Não conheço nada.